quinta-feira, 31 de março de 2016

Senhor, que é o homem para que dele vos lembre e o trate com carinho?

Para uma profunda experiência com Deus não há pergunta mais desconcertante, verdadeira e intrigante do que esta que o salmista faz: "Senhor, nosso Deus, o que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?"(Sl8). Essa experiência de fé e vida é fascinante, pois descobrimos na humanidade o que realmente ela é: o mais belo ser, pouco a baixo de Deus, coroado de gloria e esplendor. 

Se observarmos a hierarquia dos seres criados por Deus, a humanidade realmente é o ser mais sublime e poderoso, pois existe dentro de nós um potencial para coisas  grandes e assustadoramente maravilhosas:  mais ou menos há 4 mil anos de vida humana e 3 mil de consciência histórica, a humanidade evoluiu de modo esplendido. Tal tempo fez com que ela saísse  da terra e voasse, por meio de diversos instrumentos, pelo céu planetário. O mundo nunca na vida se tornou tão pequeno e palpável aos olhos e desejos humanos. Fizemos coisas semelhante a Deus, como é próprio de nossa natureza esplendida.

Nos situando no tempo e no mundo, podemos perceber que Deus nos fez pouco a baixo de Si. Isso é uma dádiva divina, joia preciosa aos olhos de Deus. Nós somos belos porque fomos feitos por Deus, porém tal beleza só pode ser bem experimentada se não nos deixarmos levar ou inebriar por tão grande potencialidade, possibilidades e grandezas. Mas saber corretamente nos conduzir na vida. Se temos grandes possibilidades e poder isso é uma verdade, porém esse nosso potencial não se torna tão valioso e belo sem um elemento essencial, a fonte de toda a nossa beleza e grandeza, ou seja, o núcleo vital de nossa força, existência, felicidade .

A verdadeira força que há em nós, o verdadeiro tesouro humano está dentro de nós, está no canto mais frágil e sensível de nossa existência: no coração. E só podemos encontra-lo, para pulsar e ordenar  nosso potencial, quando nós encontramos e experimentamos a Deus. Essa foi a experiência de Moisés no deserto. Ele teve que tirar ou despir as sandálias, as vaidades, o desejo de grandezas, o poder inescrupuloso, para se aproximar de Deus: porque o local onde Deus se encontra é sagrado e não pode encontrá-Lo quem não se abandona ou não caminha com o coração. Pois só um coração frágil, sensível e compassivo pode se aproximar da sarça (coração de Deus) que, inflamado de Amor, não se consome. Eis a fonte de todo o poder: o Amor de Deus em nós.

O coração de Deus é nossa vida plena e nossa razão de viver, de caminhamos por este mundo e sermos grandes de fato e sabermos conduzir nosso esplêndido potencial. Na experiência com Deus cabe a nós rasgar o coração e não as roupas, deixar Deus se aproximar e fazer o que seu coração quer:possuir a nós. O amor de Deus, ou seja, seu Filho Jesus, faz o que bem quer e acertadamente, como aconteceu nos atos dos apóstolos (3,11-26): a força do Amor de Deus, expressada no nome e na pessoa de Jesus, curou o paralítico. O problema dos judeus e os nossos riscos de perdição, confusão, sofrimento e morte estão em nós rejeitamos ou negarmos o Santo, o Justo e o Primeiro profeta:Jesus. 

Recusar na nossa vida a experiência com Deus é  agir por ignorância diante do Amor de Deus. Tal negação impede que as coisas sejam restauradas e renovadas para serem plenas. Possuímos uma grande dignidade como filhos de Deus, obra mais amada da criação. Más tal dignidade pode virar pó quando não comungamos (Lc24,35-48), o seu peixe, com Deus ou quando recusamos tal amor. O convite de Jesus permanece como Ele fez aos discípulos. O chamando para tocar nas suas chagas, na sua carne continua para percebermos que Ele está vivo na nossa história, cuidando de nossa vida e nos trazendo a verdadeira paz. Deus continua querendo entrar na nossa vida como fez com Jerusalém que O negou. Pois como profetas, missionários e discípulos somos todos chamados a anunciar a conversão e perdão dos pecados para todos, sendo que Deus não deixou de amar e desejar a sua mais bela obra:a humanidade.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Jardineiro(a)s do Amor: o cuidado com o nosso jardim!


O contato, a relação, a contemplação, isto é, a experiência com a Natureza sempre é algo enriquecedor e purificador para nós e principalmente para quem vive na dinâmica das cidades metropolitanas! Quem vive nestes espaços sentem na pele desafios, tensões e agitações constantes: o barulho frenético dos carros, o estresse do transito, o corre-corre do trabalho, a cobrança do patrão, o cuidado com a casa, com os filhos, com o esposo ou a esposa, as compras por fazer, as contas pra pagar- hahahaa!!- tudo isso é uma inquietude só. Quem vive assim tem muita criatividade e jogo de cintura para dar de conta de tanta coisa em tão pouco tempo. São os heróis do cotidiano da vida.
Porém, todos, e principalmente os que já experimentaram o contato com a Natureza, ão de concordar que quando se fala em descanso, ou férias: um cantinho mais distante de tais cidades, um local mais próximo à Natureza, às cachoeiras, ou rios e lagos, com ar fresco, com o cantarolar dos pássaros, com a beleza das flores e das matas, tudo isso é sempre algo gratificante, enriquecedor e purificador para a nossa vida.   Quem aproveita desse ambiente retorna para casa mais aliviado, e mais disposto para enfrentar a vida.
Essa experiência é rica, porém, pode ser mais profunda ainda, pois se olharmos para esse ambiente, contemplamos uma beleza natural. E nós nos sentimos tão bem, porque fazemos parte dessa beleza. Nos preenchemos com ela, ou seja, fazemos “comunhão”, pois recebemos aquilo que a Natureza tem a nos ofertar: a sua beleza, a sua vida. Isso acontece porque fazemos parte desse “belo jardim”. Jardim que não vejo como autor outro criador a não ser Deus, pois é de suas mãos e de sua bondade que provem tanta beleza no mundo, que foi concedida para nós. Enxergar isso é fundamental na nossa vida, porque todo o jardim do mundo natural possui em si mesmo a beleza do seu Criador, a sua imagem.
E nós em si somos essa beleza. É Isso o que somos: imagem do Grande Jardineiro. E seremos mais belos e mais plenos ainda se buscarmos o que Ele “é” e fizermos o que Ele faz. No jardim da Natureza nenhuma planta fica tão bela e radiante se não for cuidada por quem a conhece. Do mesmo modo somos nós. Não seremos tão belos e radiantes se não nos deixarmos cuidar por Deus, O Grande jardineiro. As plantas seguem o seu curso natural, elas também fazem seu esforço interno para deixar de ser semente, para crescer e se tornar uma bela planta. Nós precisamos fazer o nosso esforço interno também para sermos humanos e belos em Deus e no nosso meio, na convivência cotidiana. As plantas são tão mais belas e ricas quando se deixa colori, ou completar, por outras plantas. Uma coisa é uma rosa, outra coisa mais bela ainda é um buquê de rosas. Nós também, como seres mais preciosos desse belo jardim, precisamos nos completar, nos tornar mais belos quando deixamos o nosso semelhante enriquecer e completar a nossa vida. Portanto, precisamos estar em comunhão com Deus, conosco mesmo, com o próximo e com a Natureza.
E só conseguimos isso, mais facilmente, e não sem dificuldades, quando identificamos e seguimos o Belo jardineiro Jesus, que é revelação da humanidade e do amor do Grande Jardineiro, Deus. E conhecer e seguir a Jesus é mais do que ler sobre ele ou fazer um ato de caridade. É intimidade e continuidade. Portanto, não tem como seguir esse caminho de comunhão e continuidade sem conhecer quem é, na sua profundidade, esse Belo jardineiro, expressão de Deus. Uma possível pista, que muito me agrada, para essa identidade sobre Deus é esta: “Deus é Amor Transbordante, Livre e Incondicional”. E uma característica bastante significativa deste Belo jardineiro e seu Filho é “O Cuidado”! A partir de então podemos encontrar um caminho enriquecedor para nós, na nossa relação com Deus e com Jesus.  
Deixar Deus e seu Filho cuidar de nós.
O cuidado é algo essencial deste Grande jardineiro. Mas para que isso aconteça requer que nos deixemos ser cuidados por Ele. Deixar Deus cuidar de nós é se abrir a algo que está além de nossas forças e de nossa capacidade. É perceber que existe algo primeiro que nós, Deus, que nos trousse a existência. Ele plantou a semente da vida no chão da nossa família para que viéssemos a existir. Foi o primeiro ato de amor, de cuidado de Deus. Fez nascer e fez crescer. Fez o jardim do mundo para manter nossa vida aqui na terra, por um tempo.
O Grande jardineiro cuidou para que enquanto estivéssemos aqui não faltasse nada para crescermos e amadurecermos. Ele nada cobrou e nem cobra. Fez isso livremente. Esses são os primeiros sinais de que Deus cuida de nós e que precisamos deixar Ele cuidar da gente se quisermos ser profundamente felizes. Ele está conosco olhando nossos passos, pois é como uma Mãe que não deixa de se preocupar com seus filhos. Deus, no Belo Jardineiro, bate a porta do nosso coração para entrar. Ele fez o necessário para vivermos, mas Ele quer mais. Quer estar junto, quer cuidar, quer orientar caminhos. Ele nos quer, pois nos Ama livremente e incondicionalmente. Porém, Ele não desrespeita a nossa liberdade e nunca vai desrespeita-la. Eis que estou à porta e bato, se abrires entrarei e farei comunhão contigo.
Muita gente ama a Deus. Isso é fato. Porém, aqui entra em questão nossas grandes limitações e grandes dores. Deus nos quer por completo, mas nem sempre nos damos por completo. Às vezes só uma parte, a que sobra do dia. Não falo aqui de estar na Igreja, pois Deus está lá, no templo, porém, não se restringe a isso: Deus está no meio de nós! Batendo e esperando a gente abrir a porta.
Só é preciso nos abrir. Deixar ser cuidado por Ele, se Deixar amar. E Confiar no Belo Jardineiro. Partilhar com Ele a nossa vida, nossa história. E quando não tiver nada para falar, fiquemos em silêncio! Deixemos Deus falar. Deixe Ele entrar e cuidar de nós. Ele vai silenciosamente nos conduzindo. Experimente e provaras a maravilha que é ser cuidado por Deus. 
Nessa entrega há em nós algumas limitações. Quando estamos bem, O amamos, porém, quando Deus começa a fazer os primeiros cortes para que a gente cresça e der frutos, quando ele quer que sintamos o seu amor e verdadeiramente amemos na vida, ai começamos a reclamar e resmungar: Por que tenho que respeitar e acolher a pessoa do outro: o pobre, o mendigo, a prostituta, o ladrão, o bêbado, o enfermo, o drogado, alguns da minha família, os desconhecidos, as pessoas imperfeitas?! Por que tenho que Amar e rezar pelo próximo, amar e rezar pelos meus amigos e inimigos?! Por que tenho que ter paciência?! Por que tenho que ser fraterno?! Por que tenho que perdoar sempre?! Por que tenho que servir?!  Eis nossas limitações. Eis nosso fechamento. É um pouco do nosso egoísmo gritando. Nossa sementinha não quer morrer para ser uma bela flor. E gerar vida.   
Deus nos Ama, mas se O queremos não estamos ausentes de sentir suas dores por amor. Pois amar também dói. Nós O amamos, mas na hora das perdas, não queremos aceitar. Quando nosso Grande jardineiro tira uma de suas rosas, pessoas, do nosso meio, para enfeitar a sua casa de beleza, nós não queremos aceitar. Nós O amamos, mas na hora das provações não queremos ser testados, e muito menos confiar em Deus. Nós O amamos, mas, quando vem chegando o final da estadia neste mundo, brigamos desesperadamente para não irmos. Nosso desafio é superar esses “nãos” para acolher a Deus. E acolher tudo aquilo que Ele nos dar, ou seja, tudo aquilo que é inevitável na nossa vida e tudo aquilo que mantem o nosso amor bem unido ao amor de Deus.   
Cuidar de nós mesmos.
Deixar-se cuidar por Deus não quer dizer que devemos deixar de cuidar de nós mesmos. Pelo contrário, Quanto mais conhecemos a Deus, mais aprendemos verdadeiramente a cuidar de nós mesmos. É importante não confundir as coisas, pois corremos o risco de dois extremos. E a tendência atualmente, pelo mercado que 24 horas estimula o consumo, é o extremismo do cuidado de si. Tanto o cuidado excessivo de si como a falta de cuidado precisam ser evitadas.
Tem pessoas que gastam boa parte, e não é pouca, de sua vida, cuidando de si. Todos os dias na academia. Perfumes em excessos, roupas nem se fala. Alimentação a risca. São os excessos que podem tornar as pessoas doentes. Quando nesse aspecto cuidamos em excesso do corpo, desnecessariamente, os sinais disso se apresentam quando usamos mais coisas do que precisamos, e esquecemos ou deixamos de nos sensibilizar pelos outros, ou pelas coisas que acontece com o outro. Exemplo: Eu cuido tanto de mim que não percebi ou não me importei quando os outros precisavam de mim, ou quando vi o rombo da conta dos meus gastos pessoais, no final do mês ou ano.
Já por outro lado há a falta de cuidado consigo. O desprezo de si. Exemplo: Não me importo se estou de boa aparência. Se me alimento razoavelmente bem, se como além da conta, ou se não como nada. Se não tenho roupas que me deixem bem. Toda roupa dá certo. Aqui observamos a falta de amor de si. O equilíbrio é o melhor caminho e uma busca constante.
O cuidado consigo é importante, e mais importante ainda é o cuidado interior. Aquilo que alimenta a nossa vida, os nossos sonhos, a nossa fé, a nossa espiritualidade. Os meios de comunicação não ajudam. E somos bombardeados por tanta coisa, mas são poucas as que nos trazem a paz, a alegria, a felicidade interior.
Precisamos observar o que realmente é bom, agradável, saudável e produtivo aos nossos olhos, aos nossos ouvidos, ao nosso paladar, ao nosso corpo. Pois são poucas as coisas que nos trazem paz, felicidade, alegria, fé madura, amor, vida. Somos tentados por todos os lados e precisamos cuidar de nosso interior se não as coisas de fora vem e nos arruínam por dentro, tiram a nossa dignidade, a nossa paz e vida saldável. A nossa verdadeira felicidade.
Para comumente ilustrar vamos considerar aquilo que faz parte de nossa base existencial, que é maravilhoso e muito sensível, mas que precisa de cuidado para termos uma vida madura: nossa sexualidade.  No popular e na mídia, nos meios de comunicação, muito se fala de sexo e relações sexuais, porém, pouco, ou quase nada, se fala sobre esse assunto de uma forma madura e séria. Pelo contrário, há estímulos para vivermos a nossa sexualidade com quem, quando e aonde quisermos.
Não há uma preocupação para que encontremos nossa orientação e identidade sexual própria. E isso pode prejudicar o nosso interior. Pois quando não há restrição para cada opção e identidade de vida, as coisas mais absurdas acontecem. Não preciso falar muito. Já é bem visível isso, nos assédios sexuais, nos estupros e na pedofilia. Isso são sinais de falta de limite, orientação e identidade sexual. Portanto, é importante observar se de fato essas coisas promovidas estão nos ajudando a se identificar humanamente e sexualmente falando, e se isso está nos gerando paz, felicidade e harmonia na vida, ou se isso está interferindo e confundido mais ainda a nossa cabeça e nossas relações afetivo-sexual.
Quando fechamos os nossos sentidos para as coisas que nos fazem mal, quando evitamos tais coisas ruins descobrimos algo mais assustador e surpreendente: descobrimos que dentro de nós movem duas forças. Uma boa e uma má. Uma que nos faz bem, nos dá felicidade, bons desejos, tranquilidade, paz, amor e alegria. E outras que nos inquietam, nos gera tensão, maus desejos, inquietude, maldades, raiva, vingança e dores. Ai todos nós observamos que o jardim da nossa interioridade tem tanto água viva e doce, quanto lodo e sujeira. É desse jardim que precisamos cuidar. Fazer do estrume e da água brotar a bela rosa. Por isso é preciso cuidar.
A primeira coisa que precisamos é destruir a plantação carniceira. Limpar a área para encontrar o chão onde pisamos. São as verdades reais. A luz de Deus pode nos ajudar a enxergar o que precisa ser limpo e o que já está limpo, pois temos um chão sujo, mas também temos um chão deixado pelo Belo jardineiro, propício para o nosso jardim. É preciso ir com paciência e calma. O jardim interior é o mais difícil e o mais demorado para ser limpado, e pode durar a vida toda, mas é nesse jardim que podemos colher as mais belas rosas do mundo. É bom impedir que o nosso interior fique sujo com coisas de fora. Pois se formos limpar dentro e depois colocamos sujeira é mesmo que nada. Depois vamos ter que limpar tudo de novo. E teremos mais trabalho.
Então vamos limpando. Identificando o que é pernicioso e que não nos enriquece com o que é fértil para nascer nossa bela planta interior, vida, verdadeira felicidade, paz, esperanças, entusiasmos. Uma dica importante: Aproximemos de Deus e percebamos o que Ele é e o que ele faz, a partir dai podemos saber o que tirar e o que deixar no nosso jardim. Não esperemos o terreno ficar limpo para ir aguando e plantando. Vamos fazendo as duas coisas. Tiramos o ruim e colocamos o bom. Tira e põe.
E assim vamos deixando o Belo jardineiro fazer o seu trabalho e lhe mostrando o que precisa ser cortado, melhorado, retirado, para que nós cresçamos saudáveis e produzamos mais frutos, bons frutos. Continuemos, não não vamos parar, não vamos desistir, não vai ser fácil, mas persistamos. Que aos poucos vamos ter um belo jardim: em que Jesus poderá habitar e cuidar de modo inigualável. Outra dica: Confiemos em Deus e abramos o jardim para que a graça de Deus venha, pois É SOMENTE A SUA GRAÇA QUE IRÁ NOS AJUDAR.  O jardim sempre vai precisar de reparos e melhoras: Deixemos O jardineiro lá. Não o tiremos. Deus nos ama e quer ficar em nós. Ele sabe cuidar de nós. Confiemos e sejamos felizes. 
Cuidar do nosso semelhante.
Na medida em que cuidamos de nós mesmos, cuidar do outro se torna outra necessidade. Atualmente é só o que vemos: pessoas precisando de cuidado. Idosos, Crianças, Adultos, são muitas. Se seu jardim está sendo bem cuidado, o jardim do outro também precisa. O Belo jardineiro já está lá, mas Ele nos chama também para ajudar. Se você foi agraciada(o) pelo Belo jardineiro a forma de agradá-LO é também cuidando do jardim do outro. Pois Deus é Amor transbordante. Ele se derrama para todos. Não tem como provar do amor de Deus e ficar fechado em si.
Então vamos cuidando do jardim do outro. Será uma grande misericórdia. E uma grande alegria. Nossa tendência é cortar por nós mesmos as plantas do outro. É arrancar com raiz e tudo o mato pernicioso do outro. Não é assim que se faz. A gente começa a cuidar deixando cair nossas belas pétalas de amor, carinho, zelo, cuidado, paciência, paz, respeito... no jardim do outro. Podemos até dizer o que o outro precisa melhorar. Mas impor, forçar, não é da dinâmica de Deus e nem deve ser a nossa.
As pétalas servirão de adubo e será fértil para que a vida nova nasça. Façamos como Deus fez: comecemos amando e cuidando por amor. Vamos dando o necessário para gerar vida e maturidade. Não mostremos que somos uma bela rosa, não precisamos de nos exaltar. Mostremos que fomos frágeis, que tivemos que morrer, quando era semente, e que o Belo jardineiro nos ajudou e quer fazer também o mesmo com elas. Digamos a verdade e com sinceridade: que o que somos e temos é obra do Belo e do Grande Jardineiro, pela força e trabalho dos Dois. E o que fazemos, aprendemos Deles.
Ajudemos as rosas, pessoas, que estão ao nosso redor e ficaremos mais belos ainda. Nunca desistamos delas. A nossa tendência é nos aproximarmos das rosas e ser espinhados por elas. Sentimos dor então não queremos mais ir. Não façamos isso. Vamos e cuidemos, façamos o que outras belas rosas e o Belo Jardineiro fizeram conosco. Pois nascemos para tornar o jardim da vida mais lindo e belo, e não para vivermos sozinhos no deserto.
Quando sofremos os primeiros espinhos ficamos magoados e não perdoamos. Mas ai eis um grande problema. Deixamos o veneno ficar dentro de nós, quando não perdoamos. E ai ele vai nos fazer mal. Ficará uma ferida e suja. Enquanto não perdoamos essa ferida não irá cicatrizar. Tem pessoas que passam a vida toda infectadas, cheias de feridas internas, isso as leva a morte e não a vida, a prisão e não liberdade. E isso pode prejudicar a sua beleza e felicidade e muito mais a ação do Belo Jardineiro. É difícil, mas perdoemos e vamos nos salvar e salvar as outras rosas. Vamos seguindo os passos do Bom jardineiro. Sejamos belos jardineiros do Amor.
   
Cuidar do mundo.
Um dos grandes jardins que nos foi dado é o mundo. A nossa bela Natureza, este planeta. É urgente o cuidado com o mundo, pois ele está também bem sujo e em estado de lamaçal. Não precisamos ir muito longe: andemos meio quilometro depois de nossas casas e encontraremos sujeira, lixo, poluição e muito mais.
O excesso de consumo é visível aos nossos olhos. Tem muita coisa jogada fora, porque foram feitas para não durar muito. São descartáveis. E o novo nunca é provado por completo e muito menos valorizado. Três meses e um novo celular aparece. Quatro meses e esse mesmo celular está fora de moda e já apresenta falhas. Roupas sem durabilidade e comida cheias de produtos químicos. Nosso jardim mundo está se tornando um jardim descartável. Se continuar assim não durará muito.
Precisamos cuidar do nosso mundo para os nossos filhos, netos, bisnetos e infinitas gerações tal como as estrelas no céu. É necessário, limpar os rios, produzir menos lixo, consumir o necessário para estar bem e ter uma vida digna e saudável. Vamos valorizar cada rosa que existe no nosso jardim e cada pessoa, cada coisa importante, feitas por Deus. Valorizar cada árvore, cada água, cada rio. Vamos cuidar. É da Natureza que tiramos nosso pão e nossa subsistência, nossa cultura e nossa forma de viver aqui na terra. Não vamos desprezar esse nosso belo jardim, pois se ele morrer, nós, neste mundo, morreremos. Somos parte dele. Tenhamos misericórdia.

Para cuidar desse nosso jardim mundo vamos seguir os passos do Belo Jardineiro: produziu mais vida com a sua vida. Multiplicou o pão. Vamos multiplicar a vida da Natureza e sua diversidade. O bom jardineiro fez a Natureza para nos servir, nos ajudar, e não para que nós a destruíssemos desmedidamente como está acontecendo. O bom jardineiro fez o tempo para cada coisa. Vamos respeitar o tempo da Natureza se restabelecer e produzir mais vida. O bom jardineiro é a Luz do mundo. Precisamos ser Luz, para o mundo natural e humano. Vamos cuidar, proteger, guardar, preservar, conceder a dignidade ao jardim mundo. Como observamos deixemos ser cuidados por Deus, cuidemos de nós, do outro e do mundo, pois disso depende nossa verdadeira felicidade, nossa verdadeira beleza e nossa verdadeira plenitude gozada aqui na terra e plenificada na eternidade.